Marcha na Ponta dos Pés

A marcha na ponta dos pés, também chamada de marcha em equino, é um padrão de caminhar em que a criança não apoia o calcanhar no chão, movendo-se predominantemente sobre os dedos. Embora seja comum em crianças pequenas durante o desenvolvimento motor inicial, a persistência desse hábito após os dois anos de idade, especialmente se ocorre mais de 50% do tempo, pode sinalizar alterações motoras, de comportamento ou sensoriais (TEA). Entretanto, essa condição não está necessariamente associada a problemas neurológicos, podendo se tratar de equino idiopático, quando outras causas são excluídas, mas merece atenção especializada.

Alguns fatores que podem contribuir incluem:

  • Encurtamento do Tendão de Aquiles: Em alguns casos, o tendão de Aquiles é mais curto, impedindo que o calcanhar toque o chão.
  • Hiperatividade muscular ou hipersensibilidade tátil: Algumas crianças podem apresentar respostas sensoriais exacerbadas, preferindo andar na ponta dos pés.
  • Doenças neuromusculares ou condições neurológicas: Paralisia cerebral, distrofia muscular ou anormalidades na medula espinhal podem estar associadas a esse padrão de marcha.
  • Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) devido a alterações sensoriais e de equilíbrio.

 

Para avaliar a marcha na ponta dos pés, o ortopedista realiza uma análise detalhada do histórico médico e um exame físico. É importante investigar se há antecedentes familiares de distúrbios neurológicos ou musculares e considerar condições de gestação e parto, marcos de desenvolvimento motor da criança, como o início da marcha. Em alguns casos, exames complementares como radiografias ou ressonância magnética podem ser indicados para descartar condições subjacentes.

O tratamento depende da idade da criança, da gravidade do quadro e da capacidade de realizar a marcha com os pés apoiados no chão. 

Acompanhamento e Prognóstico

A marcha na ponta dos pés pode, ao longo do tempo, causar desconforto, dificuldades para utilizar calçados e impacto nas atividades diárias. 

O acompanhamento ortopédico regular permite ajustar o tratamento e monitorar a evolução da criança, prevenindo problemas ortopédicos a longo prazo. Com um tratamento pode incluir gessos seriados ou intervenções cirúrgicas , dependendo da causa e gravidade. O exame de laboratório de marcha pode contribuir para o diagnóstico específico e orientar a conduta ortopédica.